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Despoluição do Rio Tâmisa – medidas implementadas: o que podemos aprender para o Rio Pinheiros? (13.05.2022)

Hoje, vou contar um pouco da história do Rio Tâmisa em Londres/Inglaterra, bem como o que o governo e a população daquele país fizeram para despolui-lo.

Primeiramente, o Rio Tâmisa é curso de água do Sul da Inglaterra, que banha Londres e Oxford. O rio nasce perto da aldeia de Kamble e percorre 346 quilômetros até chegar ao Mar do Norte.

Para se ter uma ideia de sua poluição, já em 1610 sua água não era potável e em 1858, seu apelido era o Grande Fedor, sendo que as sessões do Parlamento Britânico eram interrompidas pelo forte odor que pairava às suas margens.

Entre 1850 e 1860 a condição do rio contribuiu para a epidemia de cólera. Em 1861, o Príncipe Alberto, marido da Rainha Vitória, morreu de febre tifoide, segundo dizem, devido à uma contaminação nas águas insalubres do Tâmisa.

Assim, o governo local começou a adotar diferentes soluções para reverter essa situação, dentre elas a implantação de um sistema de captação de esgoto.

Quanto às obras, no início, os engenheiros criaram um sistema de captação de esgoto que despejava os dejetos quilômetros abaixo onde o rio cortava a região metropolitana de Londres. Entretanto, com o aumento da população, a mancha de poluição subiu novamente.

Na 2.ª Guerra Mundial, para piorar, houve um bombardeio da força aérea alemã que destruiu parte do sistema de esgoto implantado.

Nesse sentido, o rio foi declarado biologicamente morto em 1957 pelo Museu de História Nacional de Londres, pois já não possuía oxigenação em suas águas.

Porém, as obras não cessaram e ampliou-se o saneamento básico. Foi então que as primeiras estações de tratamento de esgoto da cidade foram construídas, fazendo com que, a partir da década de 1960, o rio começasse a se regenerar.

As leis também ficaram mais rígidas, para evitar que dejetos fossem despejados no rio, por exemplo controlando o uso de pesticidas e fertilizantes na agricultura próxima ao rio.

Mais para frente, a contaminação de prata começou a diminuir depois que as fotografias passaram a ser digitais, uma vez que o processo de revelação de fotos culminava em dejetos de prata ao rio.

Hoje, devido a esse processo contínuo, o Rio Tâmisa está praticamente despoluído. Todavia, o trabalho não cessa, sendo retiradas toda semana, em média, 20 toneladas de lixo. Já se consegue perceber a volta da biodiversidade. Golfinhos, toninhas, focas e até pequenas baleias já foram avistadas. Mais de 125 espécies de peixes voltaram a aparecer.

Em que pese este avanço, a população local deve tomar alguns cuidados, principalmente com o plástico, porque já se verificou que em determinados peixes há micropartículas de plástico em seu sistema digestivo.

Percebe-se, portanto, que o processo de despoluição do rio teve avanços e retrocessos, mas sempre retomando as obras de ampliação de captação de esgoto e saneamento básico, além da restrição de poluição por meio de leis promulgadas que culminam em sanções para quem polui o rio. Com isso, conseguimos aprender que o projeto de revitalização de rios devem ser contínuos e nunca cessar.

 

Link do vídeo no Youtube: Projeto de despoluição do Rio Pinheiros - parte 3 - YouTube

André Furtado de Oliveira

André Furtado de Oliveira Sociedade Individual de Advocacia
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